Se pensas que és a medida de todas as coisas
Só não acredite em mim ou em ninguém
No meu mundo há várias forças
Já o seu, está sem.
Guilherme Fontoura.
Amigos
31 de mar. de 2010
29 de mar. de 2010
Metamorfose II
Já não sinto mais nada
nem saudade, nem amor, nem nada
nem a dor no peito nas noites de domingo
agora sou madeira morta
uma porção de pele
Antes, ao menos me machucava
sentia e me mordia de dor
não me sobrou esse consolo
Só me resta agora esperar
o dia em que irei nascer de novo
e voltar a sentir o amor e o ódio
e começar a sentir saudade
da época em que não sentia nada disso.
Guilherme Fontoura.
nem saudade, nem amor, nem nada
nem a dor no peito nas noites de domingo
agora sou madeira morta
uma porção de pele
Antes, ao menos me machucava
sentia e me mordia de dor
não me sobrou esse consolo
Só me resta agora esperar
o dia em que irei nascer de novo
e voltar a sentir o amor e o ódio
e começar a sentir saudade
da época em que não sentia nada disso.
Guilherme Fontoura.
27 de mar. de 2010
A bela dança
E quando ele a tomou para dançar
Ela sentiu uma estranha vertigem
Se deixou levar por aquele estranho
Que ela parecia conhecer tão bem
Uma cegueira confortante
Tomou conta dos dois
Flutuavam sobre a música marcante
Ele parecia sorrir educadamente
Todos pararam e observaram
Ela olhava-o diretamente
Um olhar tão corajoso
Que ele nem reparou
O outro já se deliciava.
Ele via tudo e nada,
Sentia o olhar forte
Mas não o respondia, apenas sorria
O povo aplaudiu,
Se cumprimentaram
Ela voltou e se sentou com o outro
Que sem o que dizer, apenas sorriu
Ele se sentou com o amigo
Que comentou com sorriso irônico:
"Ela retomou a visão."
...Ele não viu
Guilherme Fontoura.
Ela sentiu uma estranha vertigem
Se deixou levar por aquele estranho
Que ela parecia conhecer tão bem
Uma cegueira confortante
Tomou conta dos dois
Flutuavam sobre a música marcante
Ele parecia sorrir educadamente
Todos pararam e observaram
Ela olhava-o diretamente
Um olhar tão corajoso
Que ele nem reparou
O outro já se deliciava.
Ele via tudo e nada,
Sentia o olhar forte
Mas não o respondia, apenas sorria
O povo aplaudiu,
Se cumprimentaram
Ela voltou e se sentou com o outro
Que sem o que dizer, apenas sorriu
Ele se sentou com o amigo
Que comentou com sorriso irônico:
"Ela retomou a visão."
...Ele não viu
Guilherme Fontoura.
26 de mar. de 2010
Cólera
Transpareço minhas idéias
e sigo assim
estando longe ou perto dela
eu falo por mim
Sou apenas o que eu sei ser
e essa é a liberdade que preciso
sei que não querem saber do meu querer
não quero tirá-los da sala de jantar por isso
Apenas me deixe praguejar
para espantar esse rumores
de que não sei amar
mas não quero tirar o tempo dos senhores...
Guilherme Fontoura.
e sigo assim
estando longe ou perto dela
eu falo por mim
Sou apenas o que eu sei ser
e essa é a liberdade que preciso
sei que não querem saber do meu querer
não quero tirá-los da sala de jantar por isso
Apenas me deixe praguejar
para espantar esse rumores
de que não sei amar
mas não quero tirar o tempo dos senhores...
Guilherme Fontoura.
25 de mar. de 2010
Meditação sobre a finalidade do bem
Eu, como ser imperfeito da raça humana,
Busco a perfeição no bom e no belo
que vejo à minha volta
E procuro guarda-los em mim, com esmero
Ou sou, a tal ponto incompetente
De não saber identificar o que me ressoa
Ou, ao contrário, entendo e as absorvo à minha pessoa
Creio mais na primeira opção,
A menos que me digas
Que é tão perto do belo
Que sentes tal tristeza no coração
Guilherme Fontoura.
24 de mar. de 2010
AOS ÓCULOS
Só fingem que põem
o mundo ao alcance
dos meus olhos míopes.
Já não vejo as coisas
como são: vejo-as como querem
que eu as veja.
Logo, são eles que vêem,
não eu que, cônscio
do logro, lhes sou grato
Por anteciparem em mim
o édipo curioso
de suas próprias trevas.
José Paulo Paes
o mundo ao alcance
dos meus olhos míopes.
Já não vejo as coisas
como são: vejo-as como querem
que eu as veja.
Logo, são eles que vêem,
não eu que, cônscio
do logro, lhes sou grato
Por anteciparem em mim
o édipo curioso
de suas próprias trevas.
José Paulo Paes
Para Pensar
Quem me dera ainda ser um macaco ou bicho qualquer
Morrer sem doer
Viver sem querer
Crescer sem saber
Guilherme Fontoura.
Morrer sem doer
Viver sem querer
Crescer sem saber
Guilherme Fontoura.
21 de mar. de 2010
Auto-questionamento Indignado
Como posso viver bem,
Se nem eu concordo comigo?
Como posso despertar a amizade de alguém
Se não acho belo o meu umbigo
Sou indigno de mim mesmo
Um hóspede em meu leito
Agora vivo sem motivo – a esmo
Não me consola nem meu auto-respeito
Não, não posso negar
Me sinto o último mendigo
Mas ganho espaço devagar
Sou meu melhor e pior amigo
Guilherme Fontoura.
Se nem eu concordo comigo?
Como posso despertar a amizade de alguém
Se não acho belo o meu umbigo
Sou indigno de mim mesmo
Um hóspede em meu leito
Agora vivo sem motivo – a esmo
Não me consola nem meu auto-respeito
Não, não posso negar
Me sinto o último mendigo
Mas ganho espaço devagar
Sou meu melhor e pior amigo
Guilherme Fontoura.
Do Arrependimento
Um dia ouvi dizer
que o dia passa
e a vida passa
Olhei pra trás e pensei
que não havia vivido
um aperto no peito me abraça
mas passou...
Guilherme Fontoura.
que o dia passa
e a vida passa
Olhei pra trás e pensei
que não havia vivido
um aperto no peito me abraça
mas passou...
Guilherme Fontoura.
20 de mar. de 2010
MEMÓRIA
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o ouvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão
Carlos Drumond de Andrade
deixa confundido
este coração.
Nada pode o ouvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão
Carlos Drumond de Andrade
Não me leve a mal
Não desejo aos outros
O que desejo pra mim
Mas não me levem a mal
Faço isso para o bem de todos
Não que eu deseje à mim o mal
É que não sei se é bom
O gosto do sal
Guilherme Fontoura.
O que desejo pra mim
Mas não me levem a mal
Faço isso para o bem de todos
Não que eu deseje à mim o mal
É que não sei se é bom
O gosto do sal
Guilherme Fontoura.
19 de mar. de 2010
DIALÉTICA
É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
Vinicius de Moraes
Comodidade
Bom essa ano que passou
Mas só porque é melhor pensar assim
Depois de tanta coisa ruim
Bom, esse ano se passou
Depois de tanta coisa ruim
É bem mais fácil pensar assim.
Agora que meu romantismo passou
(eu acho que não) – mas digo isso
Pra que vocês não consigam saber nada de mim
Basta que eu saiba quem eu sou.
Guilherme Fontoura.
18 de mar. de 2010
Metamorfose
Hoje eu sequei até a última gota de sono
Hoje acordei sem pensar na vida
Hoje minhas crises me devoram sem querer
Hoje precisei de você comigo
Uma aflição de domingo sem ninguém
De fora enquanto tudo dorme
Dentro de mim
Eu procuro uma razão para eu me sentir bem
É que eu não sou assim
Tão fora da mente
Ainda tenho muito guarda-roupa,
Mesmo sabendo que não precisarei
Isso me consola
Pensar que vou crescer me consola
É que eu não sou assim
Apenas carne e osso
Sou um saco de carências
E isso não é ruim
Hoje sequer sequei a última gota de sono
Deitei na cama e minhas pernas sobraram
Estava me sentindo uma barata
Mas esses pensamentos horizontais não me levam a nada.
Guilherme Fontoura.
DAS UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!
Mario Quintana
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!
Mario Quintana
Post Script
Basicamente, não estou bem
Não sei se a viagem mudará
Minha angústia é a falta de alguém
E é bom que eu me acostume com isso já
Aqui nesse apartamento
Nem as paredes me suportam mais
A rejeição está comigo todo o tempo
Nem eu me suporto mais
Quem sabe lá eu encontre algo que vale a pena
Minha alma anseia desesperadamente
Por um brilho diferente
De outra terra ou de um poema
Nem assim, não deixo a música
Faço dela, minha companheira
E consigo desabafar
Com um samba da mangueira
Vai passar
Guilherme Fontoura.
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