Amigos

30 de jun. de 2010

O Velho do Bar

"Entre, meu jovem
assim é a vida de quem anda
não para pra descansar
não tarda em acabar...
Mas a vida nunca falha
e sempre dá chances,
dorme e acorda, rapaz,
ela não desiste de ti.
Não há falta de vida aqui
nem na peste, nem na morte
a vida sempre teve um fim
mas nunca foi golpe de sorte"


Guilherme Fontoura.

29 de jun. de 2010

Quando o ano que vem chegar

Abre os olhos pra gente
que quero mudar a canção
essa gente ta diferente
e já não desperta emoção


A gente não tem medo de nada
Só de caras e bocas belas
não queremos ver só fadas
queremos pular as janelas


Vamos é com a corrente
até não poder resistir
ninguém abre o olho pra gente
ninguém abre o olho pra mim


Guilherme Fontoura.

25 de jun. de 2010

Jardim do Tempo

Não me venha de novo
com essa história certa
que me cai como uma luva
não venha não me pedir ajuda


Será que há de ser assim
Eu ou você esquecendo
coisa um no outro
como relógio solto


Pois é, e eu que achei
que estava entrando num jardim
e só sentia os perfumes
agora senti os espinhos


Guilherme Fontoura.

23 de jun. de 2010

Lilith

Vai saber
se seus olhos
não viram nos meus
essa espécie de espelho


Espero que nem seja isso
preferiria que encantasse
a marca do passado
que um visto, um feitiço


Por isso
fique ao meu lado
que no final de tudo
amor não será renegado


Guilherme Fontoura.

22 de jun. de 2010

E mais uma vez estou no chão
talvez ele próprio me conheça bem
melhor que eu mesmo
porque sempre que tento
me levantar para andar
dois ou três passos fáceis
e cá estou de novo
onde não deveria ter saído
mas to aprendendo aos poucos
enquanto isso
vou me levantar de novo?


Guilherme Fontoura.

21 de jun. de 2010

Remorso

Mais um trago forçado
desse amor barato
esse copo sujo
de asco morno


meu desprezo sufoca 
minha vontade de sair
pra fora da mente
e me perder por aí


eu só queria dividir
essa ressaca com
todo mundo que não sente 
essa dose que me crava o dente


Guilherme Fontoura.

18 de jun. de 2010

Do Eterno

Aquele pássaro que voou
para trazer boas novas,
infelizmente voltou,
mas agora é tarde
e as velhas boas novas,
até elas,
voltaram a se encharcar
da mesma água suja do dilúvio


Guilherme Fontoura.

16 de jun. de 2010

14 de jun. de 2010

13 de jun. de 2010

Retórica

Vamos!
Dá-me forças para continuar
ou ao menos descobrir
afinal, com quem estou falando...


Guilherme Fontoura.

12 de jun. de 2010

Intrínseco

O Corpo escraviza
a Mente é um itinerário
com roteiro incerto


Do Corpo, gosto muito
por me causar várias dores
por me causar amores


Mas vicia minha Mente
que por bem, nunca mente
e a verdade machuca


A cabeça 
não pensa sozinha,
assim como a pele
não é mais a mesma
que eu tinha


O que devo fazer?
Viver para o prazer
ou ter o prazer de viver?


Guilherme Fontoura.

10 de jun. de 2010

Cinema Mudo

Talvez não exista
realmente o dito sábio
mesmo que insista
quem sabe, isso seja errado


Talvez sejamos mesmo
como cinema mudo
e não se pode dizer
o que já esteja legendado


Guilherme Fontoura.

9 de jun. de 2010

Da Parte Murcha do Amor

O amor até parece ser
como uma flor capturada,
por mais que se cuide
nunca tarda em murchar


Sempre que se colhe
linda e perfumada
não adianta que se regue
num vaso ou coisa qualquer


O tempo passa
as pétalas secam
e pesam no talo fraco
até que murcha em tom fosco


Se enganam nisso
que amor é flor,
amor é doído
assim como tudo que é bom
quando sente dor


amor é isso




Guilherme Fontoura.

8 de jun. de 2010

Da Vulgaridade

Tô farto de vocês
e em todo lado tem
quem queira alguém
sem nenhuma lucidez


Superficialmente são
e goza de embriaguez.
Bem aventurados são
os que falam javanês


Guilherme Fontoura.