Zé do Côco no quarto com a mulher Maria
se atracando na velha cama meio manca
barulho de fora para fazer manha, Maria
levanta Zé com as duas mãos molhadas
Os moleques se vão com medo à Maria, mãe
Na barra da saia vêem a ave mover mansa
quando se espanta para longe se mostrando maior
pousa no homem parado à porta: Mestre Manoel
Com a face pálida se vê maldita, Maria
Zé esbravejando, o encara com mão morteira
Entra na casa e toma a mulher moribunda
Leva pra fora com murros mal-dados
Zé corre atrás de Manoel, minúsculo
Entra os três pr'onde o mato é maior
O mestre parado reclama Maria maldita
Zé do Côco declara guerra: "Agora é minha mulher!"
Antes do ataque e está morta, Maria
Pela faca daquele velho mestre mortal
Aos prantos, Zé do Côco melindroso, o mata
Se prendendo diante do morro maçante
A ave voou e moveu montanhas.
Guilherme Fontoura.
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