Amigos

2 de set. de 2010

À Deus

Deitado na cama quente, descrente
apoiando a face no travesseiro
coçando a barba sem um fio de cor
olhando o quarto sem sombra de gente


24 horas para respirar
já lhe trocaram o relógio sem corda
ele, sorri olhando para o porta
crítico, cético, começa a tear 


receia sentir tamanho conforto
pensa carinhoso no vizinho chato
pensa na vida como um sapato
coisa ruim é se ver morto


a porta se abre num fino divisor
quando a luz gera estranho apetite
sua vista força para que acredite
um delírio, uma visão, um senhor.




Guilherme Fontoura.

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